Pobre, não. Modesto.

Pare de chamar de "pobre" quem tem seu próprio sustento: é hora de corrigir esse erro corriqueiro. É comum encontrar um uso ampliado e impreciso da palavra pobre. Essa generalização do termo gera confusão conceitual e prejudica a análise correta das condições reais de vida da população. Por isso, é necessário retomar o significado objetivo da palavra. Etimologicamente, “pobre” deriva do latim pauper, e refere-se àquele que carece dos recursos essenciais à sobrevivência. Em termos práticos, trata-se da pessoa que não tem acesso a alimentos de forma regular e segura, nem a uma moradia mínima. Esse é o sentido correto e tradicional do termo: pobreza implica privação severa, não apenas um padrão baixo de consumo. No entanto, no discurso atual, passou-se a chamar de “pobre” qualquer pessoa que tenha uma renda modesta ou que pertença às camadas mais simples do mercado de trabalho, ainda que possua emprego, moradia e alimentação. Essa ampliação do conceito distorce a realidade, por ...