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Transformações recentes no mundo do trabalho

Acompanhe conteúdos no canal Reflexões Sociais - Garcia Konflanz   | Contexto Na década de 1970, com a recessão econômica causada pela crise do petróleo, os capitalistas desenvolveram novas formas de trabalho, visando diminuir os custos de produção e aumentar seus ganhos. Começaram, então, a surgir formas de flexibilização do trabalho e do mercado que tem a ver com a busca desenfreada por mais lucro. O fordismo começou a apresentar problemas, por que não estava mais conseguindo acompanhar o mercado, ou seja, as pessoas queriam produtos diversificados, personalizados e inovadores. O fordismo era lento para inovar, cada vez que se modificava um produto tinha que modificar muitas máquinas, supunha um estoque grande de mercadorias, etc. tudo isso elevou os custos de produção. Flexibilização ou acumulação flexível, se refere aos processos que o mundo do trabalho vem sofrendo no âmbito da produção, dos mercados de trabalho, dos produtos e padrões de consumo. Todos estes baseados na inovaçã

Taylorismo e Fordismo

Acompanhe conteúdos no canal Reflexões Sociais - Garcia Konflanz   | Os sistemas produtivos foram se aprimorando desde o advento do capitalismo. No final do século XIX, Frederick Taylor, propôs a aplicação de princípios científicos, na organização do trabalho, buscando maior racionalização do processo produtivo. Henry Ford, em 1914, foi o primeiro a aplicar em sua fábrica o modelo proposto por Taylor. A iniciativa de Ford inaugurou uma nova fase na produção industrial, pois melhorou muito os resultados da produção. Na fábrica de automóveis produziam apenas um modelo de carro (modelo T), com um única cor, única potencia, enfim totalmente padronizado, sem nenhuma variação. Foi estabelecida uma jornada de trabalho de 8 horas diárias - o que para época era muito atrativo, pois em outros lugares não tinham jornada fixa - com um salário fixo de 5 dólares por dia, o suficiente para prover as necessidades do trabalhador e restar um pouco para o lazer. Cada trabalhador realizava apenas um movim

O Trabalho nas sociedades modernas

Acompanhe conteúdos no canal Reflexões Sociais - Garcia Konflanz   | Para entendermos as características do trabalho nas sociedades modernas, devemos primeiro observar como se constituía nas sociedades pré-modernas. Nas sociedades pré-modernas o trabalho não era o elemento central que orientava as relações sociais. Existiam outros fatores mais importantes definidos pela hereditariedade, religião, honra, lealdade ou posição social, que não eram definidas pelo cargo na produção econômica. Pelo contrário, o campo econômico e o trabalho eram desvalorizados, considerado algo penoso, torturante ou castigo. Nessas sociedades o trabalho está relacionado a obtenção apenas do necessário para manter o sistema funcionando, não existindo por isso a noção de lucro e nem preocupações em otimizar  as técnicas de produção. Com a ascensão do capitalismo a importância do trabalho foi aumentando e ele foi se deslocando para a posição central da vida das pessoas. Com a necessidade dos capitalistas de recru

Desigualdades sociais no Brasil

Acompanhe conteúdos no canal Reflexões Sociais - Garcia Konflanz   | O Brasil até 1930 era predominantemente agrário, grande parte da população vivia no campo e e o setor industrial ainda era incipiente. Na era Vargas (1930-1945), o Estado criou condições para o Brasil se industrializar. Criou leis trabalhistas, subsidiou a economia, investiu em infra-estrutura, além de inaugurar a indústria de base fundamental ao crescimento do país, como as siderúrgicas, a energia elétrica, etc. foram feitos também investimentos em indústrias voltadas a produção de máquinas e equipamentos. O Brasil então estava deixando de ser um país rural para se tornar um país urbano e industrial. A política econômica do país foi eficaz em termos de crescimento, contudo não se preocupou em gerar distribuição de renda. O Brasil ficou mais rico, mas isso não significou a diminuição do número de pobres, pois contrariamente, a população do campo chegava às cidades e, por falta de oportunidades, se concentrava em favel

Estratificação social e as desigualdades

Acompanhe conteúdos no canal Reflexões Sociais - Garcia Konflanz   | Os sinais das desigualdades entre os seres humanos podem ser observados em todos os lugares. Basta ver a forma como as pessoas se vestem, o carro que possuem, a casa e o bairro que moram, etc. podemos observar também as desigualdades observando os bens simbólicos, ou seja, os lugares em que estudam e os bens culturais que consomem. Em suma, as desigualdades se evidenciam no contraste entre riqueza e pobreza. As desigualdades entre os seres humanos podem ser encontradas em praticamente todas as sociedades. Isso significa que a sociedade é dividida em camadas ou estratos. Alguns seres humanos estão no topo da pirâmide e outros na base. Nesse sentido, estratificação social, é o termo usado para descrever as desigualdades existentes entre os indivíduos e os grupos dentro das sociedades humanas. Pode se dar em termos de riqueza ou ainda gênero, idade, religião, posto militar, etc. Os indivíduos usufruem de um acesso desigu

As sociedades organizadas em castas

Acompanhe conteúdos no canal Reflexões Sociais - Garcia Konflanz   | O sistema de castas foi observado na Grécia antiga e na China, mas a Índia foi onde esse sistema se expressou de forma mais completa. A sociedade indiana começou a se organizar em castas e subcastas há mais de três mil anos, adotando uma hierarquização baseada na religião, etnia, cor, hereditariedade e ocupação. Todos esses fatores são levados em consideração para definir as castas. Esses elementos definem a organização do poder político e a distribuição da riqueza gerada pela sociedade. Esse sistema foi abolido oficialmente em 1950, mas sobrevive pela força da tradição. Na medida que o capitalismo avança na índia, o sistema de castas se mistura ao sistema de classes e vai se desintegrando aos poucos. Em termos genéricos, existem quatro grandes castas na Índia: Os brâmanes (casta sacerdotal, superior a todas as outras), Os xátrias (casta intermediária, formada normalmente pelos guerreiros, que se encarregam do gov

As sociedades organizadas por estamentos

Acompanhe conteúdos no canal Reflexões Sociais - Garcia Konflanz   | A sociedade feudal organizou-se por estamentos que também podem ser chamados estados. Os estamentos são: a nobreza, o clero e os servos (terceiro estado). Na França, por exemplo, no final do século XVIII, as vésperas da revolução francesa, havia os três estados, sendo que terceiro estado era composto por todos os outros membros da sociedade, - que não nobreza e clero - como os comerciantes, camponeses, industriais, trabalhadores urbanos, etc. A sociedade estamental feudal pode ser explicada pela estrutura de poder e apropriação em que a terra é o elemento central. Ela define o prestigio de cada um e todos os outros são subordinados a quem detém a terra. O estamento mais importante corresponde a nobreza detentora da terra. O clero tem a supremacia ideológica devido a igreja, e os servos trabalham na terra. Esses últimos são o estado subordinado aos outros dois. Os estamentos são sustentados por um conjunto de direitos,

A sociedade capitalista e as classes sociais

Canal aqui A estrutura social da sociedade capitalista está dividida em classes.  A apropriação econômica é o principal definidor da estratificação social. Outras distinções oriundas de diferenciações de religião, de ocupação, de hereditariedade, entre outras, são secundárias se comparadas à distinção econômica. Diferença entre classes e outros tipos de estratos: - Classes não são estabelecidas por providências legais ou religiosas. - Não se baseia em posição herdada (como nos estamentos ou castas). As pessoas podem ascender ao topo da pirâmide social sem pertencer a uma família considerada tradicional. - Não existe restrição formal quanto ao casamento interclasse. - A mobilidade social é maior (mesmo com dificuldades, a classe pode ser conquistada). - No sistema de classes os fatores econômicos preponderam sobre todos os outros. - As desigualdades se expressam na diferença de trabalho e arrecadação de cada um. A hierarquia na sociedade capitalista está determinada pela posição que

Teoria de formação do Estado (Thomas Hobbes)

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Acompanhe conteúdos no canal Reflexões Sociais - Garcia Konflanz   | Contratualistas são pensadores que desenvolveram teorias que tentavam explicar os caminhos que levam as pessoas a formar Estados e/ou manter a ordem social . As teorias contratualistas surgiram entre os séculos XVI e XVIII com objetivo de tornar legítimo os governos e também as obrigações dos súditos. Thomas Hobbes (1651), John Locke (1689) e Jean Jacques Rousseau (1762), são os mais famosos filósofos do contratualismo. THOMAS HOBBES E O LEVIATÃ Thomas Hobbes foi o primeiro filósofo moderno que construiu uma teoria da formação do Estado. O Leviatã é o livro mais famoso do filósofo inglês, publicado em 1651. O título do livro se deve ao monstro bíblico que habita os mares chamado Leviatã. Hobbes nasceu em 1588 na Inglaterra, período em que começava a correr a decadência do feudalismo e a ascensão da burguesia. Em 1642 estourou a guerra civil dos monarquistas (nobreza) contra parlamentaristas (burguesia). Depois de u

Conceitos e definições sobre o Estado (Anthony Giddens)

Acompanhe conteúdos no canal Reflexões Sociais - Garcia Konflanz   | O conceito de Estado : um estado existe onde há um mecanismo político de governo (instituições governamentais) controlando determinado território, cuja autoridade conta com um sistema de leis e da capacidade de usar a força para implementar suas políticas. Todas as sociedades modernas são Estados-nações. Composta por cidadãos que se consideram parte de uma única nação. Características do Estado-nação: Soberania: é a posse de poder supremo dentro de fronteiras claramente definidas. Os Estados tradicionais (como o Egito, por exemplo) não tinham fronteiras claras. Cidadania: as pessoas fazem parte de um sistema político, possuem direitos. Nos Estados tradicionais apenas as classes dominantes tinham a sensação de pertencer a uma comunidade política. Nacionalismo: sentimento de pertencer a uma única comunidade política representada por um conjunto de símbolos e convicções. As pessoas sempre sentiram algum tipo de ident

Formas de governo: República e Monarquia

Acompanhe conteúdos no canal Reflexões Sociais - Garcia Konflanz   | As formas clássicas de governo são a república e a monarquia . Em ciência política, chama-se forma de governo o conjunto de instituições políticas por meio das quais um Estado se organiza a fim de exercer o seu poder sobre a sociedade. Tais instituições têm por objetivo regular a disputa pelo poder político e o seu respectivo exercício, inclusive o relacionamento entre aqueles que o detêm (a autoridade) com os demais membros da sociedade (os administrados). República A palavra República tem como origem os termos latinos “res”, que quer dizer coisa, e “pública”, do povo, ou seja, podemos conceituar República como coisa do povo. Eis, pois, descrito sucintamente, as principais características dessa forma de governo: -Elegibilidade dos representantes. (as autoridades se investem no poder pela eleição) -Temporariedade do mandato -Responsabilidade dos governantes. (devem prestar contas) -Cabe ao povo o exercício sob

Sistemas de governo: parlamentarismo e presidencialismo

Acompanhe conteúdos no canal Reflexões Sociais - Garcia Konflanz   | Parlamentarismo No sistema parlamentarista ou parlamentarismo não há separação nítida entre os poderes executivo e legislativo. é um sistema de governo no qual o poder Executivo depende do apoio direto ou indireto do parlamento para ser constituído e para governar. O sistema parlamentarista distingue entre os papéis de chefe de Estado e chefe de governo, ao contrário do presidencialismo, onde os dois papéis são exercidos pela mesma pessoa. No parlamentarismo, o chefe de Estado normalmente não detém poderes políticos de monta, desempenhando um papel principalmente cerimonial como símbolo da continuidade do Estado. Nas repúblicas parlamentaristas, o chefe de Estado é eleito pelo voto popular ou nomeado pelo parlamento, por prazo determinado (geralmente com o título de presidente da República); Nas monarquias parlamentaristas, o chefe de Estado é o monarca, geralmente um cargo hereditário. Já o chefe de governo, com

Evolução do Estado moderno

Acompanhe conteúdos no canal Reflexões Sociais - Garcia Konflanz   | Estado absolutista (Do século XIV ao século XVIII) O Estado absolutista, surgido da aliança entre rei e burguesia, concentrava todo o poder nas mãos do rei que era, praticamente, a encarnação desse Estado na sua figura. O monarca, que recebia financiamentos da burguesia, tinha como tarefa criar um ambiente propício aos negócios da classe burguesa tal como a abertura de estradas, a criação de moeda única, a unificação de pesos e medidas, a garantia de decisões jurídicas justas, etc. o Estado nesse sentido, era fortemente interventor na vida social. Estado liberal (Século XVIII até final do século XIX) O Estado Absolutista que os burgueses ajudaram a criar passou a ser um obstáculo quando os negócios aumentaram, pois além de intervir em quase todos os campos da vida social e econômica, ainda possuía um grande aparato estatal com muitos funcionários dependentes - principalmente nobres decadentes - que geravam muitos cust

Movimentos Sociais

Acompanhe conteúdos no canal Reflexões Sociais - Garcia Konflanz   | A vida política não acontece apenas dentro do esquema ortodoxo dos partidos políticos e dos organismos governamentais. As mudanças às vezes não são possíveis por meio do Estado ou governo. Às vezes a mudança política e social só pode ser realizada recorrendo-se a formas não ortodoxas de ação política:                 Revolução : derrubada de uma ordem política existente com uso da violência. Movimentos sociais : tentativa coletiva de promover um objetivo comum e uma ação fora das instituições estabelecidas. Os movimentos sociais estão entre as mais poderosas formas de ação coletiva. Eles podem ser locais, regionais, nacionais e internacionais. Expressam-se em manifestações como as greves trabalhistas (melhores salários e condições de trabalho); movimentos por melhores condições de vida na cidade (Transporte, educação, habitação e saúde); no campo pelo acesso a terra; ou movimentos étnico, feminista, ambiental, est

Quadro Movimentos Sociais no Brasil

Acompanhe conteúdos no canal Reflexões Sociais - Garcia Konflanz   | Início do século XX : (revoltas motivadas pelo descontentamento com as oligarquias da república velha ou república do café-com-leite. - Revolta da vacina (1904) - Primeira greve (São Paulo 1917) - 18 do Forte (1922) tenentismo - Revolta constitucionalista (São Paulo 1924) tenentismo - Contestado - Canudos Meados do século XX – No contexto de grande expansão das cidades, os movimentos populares urbanos reivindicam melhoria das condições de vida principalmente para as periferias. Dentre os principais agentes estão: - Sociedades Amigos de Bairro (SAB’s) - Comunidades Eclesiais de Base (CEB’s) 1960 e 1970 – em meio a forte repressão policial houve reivindicações por educação, moradia e voto. 1980 – campanha pelas diretas já. 1990 – Forte atuação do MST, ONG’s e sindicatos.